Percebam a coincidência.
Existe um livro chamado Rota 66, escrito pelo repórter Caco Barcelos que conta a história da polícia que mata. Me interesso muito pelo assunto e faz certo tempo estou lendo o livro, e recomendo.
Curiosamente, li ontem à noite um trecho da página 134 que vou reescrever aqui:
"Não há testemunha do que aconteceu a seguir. A história contada por Nepomuceno (tenente da ROTA, em meados de 1970), horas depois na delegacia, é uma repetição daquilo que os policiais militares costumam declarar em boletins de tiroteios, a velha desculpa da resistência seguida de morte."
Outro trecho que conta a ação covarde do cabo José Cláudio contra o mecânico Antônio Carlos de Almeida, na página 145 diz o seguinte:
"Depois de examinar os ferimentos no corpo do mecânico, fica difícil acreditar na versão de José Cláudio. Antônio Carlos foi atingido por cinco tiros, um no braço, quatro no rosto. Quem conhecer o caso somente através das informações do inquérito policial, porém, ficará com a impressão de que o cabo José Cláudio tem realmente uma pontaria incomum. Ele conta, no depoimento, que houve uma acirrada troca de tiros. Mesmo depois de ferido, o mecânico ainda teria atirado nele várias vezes. Só não explicou no inquérito como seria possível um homem disparar uma arma de fogo depois de tantos ferimentos na cabeça. Fez questão de ressaltar, porém, o seu esforço para salvar a vida do ferido. Levou o corpo de Antônio Carlos para o hospital."
Hoje, no site da globo, encontrei uma reportagem com o seguinte título: "PM mata guarda-civil a tiros após briga em bar de Osasco"
"Um guarda-civil de Osasco, na Grande São Paulo, foi morto no domingo (13) pela Polícia Militar depois de uma discussão em um bar. A direção da guarda disse que ele foi executado e teve 17 perfurações, mas o comando da PM afirma que os policiais agiram em legítima defesa."
E aí eu pude ler a declaração da Polícia Militar:
“Dada a voz de prisão, ele resistiu à prisão, disparou contra a equipe do policial militar. E houve um revide, em legítima defesa, e foi alvejado. Socorrido ao hospital, não resistiu”, afirmou o major da PM Vagner Serafim Queiroz.
Parece que o major da PM já descolou suas testemunhas, que juram falar a verdade, somente a verdade (pff)
Pra quem quiser a reportagem na íntegra:
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1413818-5605,00-PM+MATA+GUARDACIVIL+A+TIROS+APOS+BRIGA+EM+BAR+DE+OSASCO.html
Torcemos aqui pela justiça, pois tudo que nos resta é torcer, diante de toda essa covardia que somos submetidos. Que se sobressaiam aqueles policiais militares que fazem seu papel com honestidade e que honram a farda que vestem!
Sem mais...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
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